segunda-feira, 7 de abril de 2008

O passar dos segundos

Sente-se, sente-se, respire e assim permaneça, se desespere, se desespere, se permita o desespero para depois se lembrar de recomeçar a respirar. Levante-se, sinta-se pleno, mesmo ainda que fugaz e falso, dance, dance, só e de olhos fechados, perca-se em outras bocas sem abrir os olhos, porque quando o fizer, não será ela que estará lá. Sangre, sangre, não fuja do vazio que pulsa, que jorra, que te fará um homem melhor e mais sábio, embora com ainda mais cabelos brancos. Sim, não fuja, toda dor precisa ser vivida até o fim para ser curada, toda história precisa ser vivida até seu fim para emendar em novas histórias, seja lá para qual caminho estranho a vida for nos empurrar. Não se feche, não se feche, peça desculpas às bocas nas quais se perdeu de olhos fechados, tentando brincar de voltar o tempo por algo que habita na esperança vazia de uma solidão que não será eterna. Viva, viva, o riso voltará a ser conseqüência, não se prenda por demasiado a ausências, pois quando menos esperamos a vida bate às nossas portas, encontros inesperados batem às nossas portas, novos dedos entrelaçados e trocas de olhares cúmplices batem às nossas portas. Amém.