terça-feira, 17 de julho de 2007

Ligeiro desabafo

Senhor. De um lado, Celso Roth e o tal do 3-6-1. De outro, Dunga, 4 cabeças-de-bagre, e a imprensa incensando o futebol que só ela e os seguidores de Lazaroni viram. Obina e Abedi substituíram Zico e Roberto, Romário e Bebeto e, vá lá, Edmundo e Sávio. São tempos estranhos, e o Maracanã cada dia mais me surge como um templo altero, distante. Eu não quero viver em um mundo de meninos lutando para comprar a camisa 5 no lugar da 10. Se lágrimas descessem do meu rosto agora, elas se organizariam com apenas um atacante e nenhum meia capaz de dar um passe de mais de 5 metros. Eu não quero viver em um mundo onde meninos comemoram o desarme no lugar do balãozinho. Se lágrimas descessem do meu rosto agora, elas cometeriam cerca de 30 faltas por tempo, às ordens de um "professor". Eu também sou professor, mas não mando meus alunos colarem. Eu não quero viver em um mundo onde meninos não acreditam mais em amor à primeira vista e futebol espetáculo. Aliás, grafemos como futebol-espetáculo. Torçamos para que o hífen preserve o que ex-cabeças de área medíocres querem separar.

7 comentários:

Leonardo disse...

Cara, sensacional o que acabei de ler! Não consegui conter o riso que escapou de meus lábios quando meus olhos se depararam com frases do tipo: disputar a camisa cinco, ou ainda, lágrimas se organizando com apenas um atacante e um meia que não acerta passes. Realmente, o futebol parece hoje um reflexo na casa de espelhos de um circo, ou seja, totalmente distorcido. Ainda bem que ainda tenho o Botafogo para torcer. E ninguém cala esse nosso amor.
Grande abraço!

Ana disse...

Taí, pela primeira vez alguém defendeu o uso do hífen com veemência. Valeria uma ode para esse sinal gráfico. Que tal? rs (brincadeira)
Mesmo falando de futebol, o texto está excelente. Gostei demais.
Beijo

O Nome da Rosa disse...

Eu não vi o jogo do Brasil com a Argentina, mas pelo jogo com o México, achei que o futebol dos nossos hermanos estava muito superior ao nosso, inclusive pela garra. Até assustei com o placar de 3x0.

Bom texto. Beijos

Anônimo disse...

Maurinho...
penso nisso todo dia. Na verdade, vivo pensando o seguinte: no futebol de hoje, não são necessários craques. O capitalismo, no mundo do futebol, funciona muito bem prescindindo de craques. Já dá lucro com os Jeans, Obinas e Abedis da vida. Por isso os sumiços dos campinhos de várzea. Basta os moleques que aparecem nos campos dos grandes clubes em busca de grana pra fazerem testes.
abração!

Mauro Amoroso disse...

A revolução consistirá no ressucitar dos campinhos de várzea, e de lá partirão os renascidos pontas direitas rumo ao declínio do mundo como o conhecemos. E este será o melhor dia de nossas vidas.

Anônimo disse...

pela primeira vez quis comprar uma camisa do flamengo, desde criança. muito provavelmente é só para vesti-la e chutar bolinhas de papel na parede, já que não sei mais chegar ao macaranã e também nem sei o que faria lá.

Mauro Amoroso disse...

Caraca, pela primeira vez alguém que eu não conheço comentando aqui, que emoção!!!!
Valeu, t!!!!
Qual o teu nome?